sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Trecho de Laher em "Lasher"

"Uma pedra me atingiu, mais uma e mais outra. Uma terceira fez brotar o sangue do meu olho. Eu ouvia as labaredas. Sentia o calor. Mas eu estava morrendo debaixo das pedras. Uma após a outra, elas me atingiam a cabeça, jogando-me para lá e para cá de tal modo que eu mal senti quando o fogo me tocou.
- Meu Deus, às Tuas mãos, Teu servo Ashlar não pode fazer mais nada. Meu Deus. Menino Jesus, leve-me daqui. Mãe Santíssima, leve-me daqui. Francisco, venha me ajudar. Santa Maria, Mãe de Deus, agora e na hora... às Tuas mãos!
E então...
E então.
Não havia Deus nenhum.
Não havia nenhum Menino Jesus nos meus braços.
Não havia nenhuma Mãe Santíssima, "agora e na hora da nossa morte".
Não havia nenhuma Luz.
Não havia nenhum juízo final.
Não havia céu.
Não havia inferno.
...
Havia as trevas.
...
E então chegou Suzanne."

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Achei isso ontem...




Tava fuçando meu armário, e encontrei um caderno antigo que tinha vários desenhos antigos e pedaços de textos meus, de uma história que eu estava escrevendo.
Eu amo esse caderno, e acho que nunca vou jogar fora, tem tanto dos meus sonhos nele, fiquei lendo e soltei várias risadas com a inocência das palavras, e a simplicidade. Coisa que hoje me foge, quando mais preciso.
Os desenhos estavam muuuuuuito feios, mas eram todos especiais para mim por terem alguns significados importantes. Como este ai, que eu fiz com 12 anos. Me lembro bem dessa época, mas havia esquecido totalmente desse desenho.
Eu adorava garotos de cabelos longos. Realmente queria namorar um metaleiro, mesmo sem saber nada sobre isso ahsuahsu. Achava um barato os caras com barbicha, enquanto minhas amigas detestavam e diziam ser os caras mais bonitos de cabelos curtos e rostos sem nenhum pelo. Enfim, coisas de criança, querer muito sem saber de nada, todas éramos assim.
Eu realmente acreditava, que eu só seria feliz se namorasse com um cabeludo rs.
Hoje em dia nem acho tanta graça em caras assim, prefiro mil vezes o meu namorado.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Aaahh!!! Real monsters - Oblina

Oblina:
Oblina vem de uma família monstro, e é considerada a melhor aluna de Gromble. Ela tem a forma de uma bengala-doce preto-e-branca. Uma das suas modalidades preferidas de assustar os seres humanos está a atingir dentro de si mesma e tirar dela os órgãos internos. Ela também tem um talento para induzir pesadelos nos seres humanos, por degolar o dedo na sua orelha e fazer cócegas enquanto eles dormem.

Simples

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.>


Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Vai passar...

Estou entediada! Mas tanto faz, amanhã é sábado... e eu não tenho nada mais de útil para fazer, portanto vou ficar aqui, sentada até desmaiar e babar no teclado. Vou acordar amanhã com muitas dores e com o rosto marcado pelos botões (...)


E daí?

Estava aqui como quem não quer nada, e achei um poema lindo que me chamou atenção e acordou minha inspiração.
Vou escrever alguns textos fófis legais para postar aqui, e tentar parar de me irritar com essa matéria da TV Câmara falando sobre a leitura no Brasil, e chamando escritores internacionais para incentivar o gosto pela literatura no nosso país.
Uau!
Como eu tô chata hoje...
Bem, mas me emputece um pouco saber que as pessoas não dão valor para (a única coisa que o Brasil tem de bom) o que nós temos de melhor.

VERDADE
Carlos Drummond de Andrade
A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Abençoem

Sou tão culpada quanto eles, sei que sou. Entristeço-me, sozinha, sem ter o que fazer.
Se sou realmente sozinha, então vou viver assim de uma vez, sem buscar essas pessoas, sem trazê-las para dentro do meu coração.
Não farei mais, não tentarei mais... Pois enquanto tento, sugam todo o meu sangue com seus problemas sem solução, ou suas intrigas infantis por um pedaço do meu cérebro. Me cansei, cansei e cansei!
Vou repetir até que se torne parte do agora, até que eu me revolte inteiramente de corpo e alma.
Não quero repousar a mente para me sentir melhor!

Quero mesmo é devorar o cansaço, e deixar que ele drene todas as minhas forças. Quero sentir-me acabada, caída, mórbida, para não mais absorver o caos.